Mercado imobiliário

Após Rio-2016, Vila Olímpica tem 93% de apartamentos parados

As demais unidades só serão colocadas à disposição quando houver capacidade de absorção do mercado
Após Rio-2016, Vila Olímpica tem 93% de apartamentos parados

A falta de legado resultante dos Jogos Olímpicos não se limita apenas ao aspecto esportivo. No aspecto econômico, novo fracasso. Um pouco mais de um ano após o término do evento, apenas 240 dos apartamentos da Vila dos Atletas foram comercializados, o que representa um índice de menos de 7% de negócios fechados.

Ao todo, o consórcio [formado pelas empreiteiras Carvalho Hosken e Odebrecht] ainda tem 3.364 apartamentos encalhados. As empresas alegam que apenas um lote de 600 unidades foi colocado à venda, mas o fiasco tem dimensões olímpicas. Desde que o Usain Bolt, Michael Phelps e outros astros do esporte mundial deixaram os 31 edifícios, a movimentação no local não lembra nem de longe o agito do período dos Jogos.

“A gente comprou com a expectativa de ter praticamente um bairro aqui dentro, uma vila mesmo. Mas está longe disso. Há um aspecto de solidão, parece que estamos isolados. Dentro de um universo, somos pouquíssimos. Vai ser bem difícil se adaptar lá dentro. Cheguei a pensar em revender, mas a desvalorização foi enorme”, disse um empresário de 38 anos que adquiriu uma das unidades, mas que ainda não se mudou definitivamente para a “Ilha Pura”.

Os imóveis estão orçados entre R$ 750 mil e R$ 3 milhões, mas o desafio de reaver o investimento de cerca de R$ 2,4 bilhões de reais será uma verdadeira maratona.

A crise econômica também jogou contra a empreitada. Devido à retração da economia, ficou decidido que as demais unidades só serão colocadas à disposição quando houver capacidade de absorção do mercado imobiliário e que a venda em conta-gotas faz parte dos estudos feitos na época da concepção do projeto, segundo informação da assessoria de imprensa do Ilha Pura. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Publicado originalmente por UOL em 03 de outubro de 2017

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